Doença de von Willebrand

Dra. Heloisa Helena Arantes Gallo da Rocha

Dra. Elise G. Maia

 

 

* Médica hematologista do Serviço de Hemoterapia do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro

** Bióloga do Laboratório Diagnóstico da América.

 

Abstract:

Background- Von Willebrand disease is the most prevalent between all coagulopathies. The prevalence of this disease was not known here in Brazil. The purpose of this study was to evaluate in a Coagulation Laboratory its prevalence within a group of 106 patients with coagulopathy of unknown cause. The point of a start was: a group of people whose doctors ordered a blood coagulation study because of presumed coagulation disorder.

Methods: 106 patients had their blood collected in Lamina Laboratory from Rio de Janeiro, from 1998 until 2000. The method of analysis of the samples was the Liatest von Willebrand Stago .

Results: The analyses disclosed a 9,5% prevalence of von Willebrand disease within the female group (62 patients) and a 4,5% prevalence  in the male group (44 patients) .7 patients had elevated levels of von Willebrand factor. Those patients had cancer (3 patients), uremia (1 patient); children without a known  disease (2) .1 case we did not find the file.

Conclusions: Put all these together we can conclude that he prevalence of von Willebrand disease is high in our country. The prevalence was higher in women because they have menses and so a greater opportunity to demonstrate a bleed disorder. The von Willebrand factor nowadays is considered to be an important cause of microangiophatic thrombosis and an important clue to aterothrombotic events.

Key words: von Willebrand disease; von Willebrand factor; prevalence; microangiopathy.

 

 

Resumo:

As autoras fazem um estudo da prevalência da doença de von Willebrand  dentro de um grupo de 106 pacientes que tiveram seu sangue coletado no Laboratório Lâmina entre março de 1999 e março de 2000 afim de diagnóstico diferencial de coagulopatia. Fazem também uma revisão da Literatura Médica sobre a doença e o fator von Willebrand.

Resultados: O estudo demonstrou uma prevalência de 9,5%  entre as mulheres (62 pacientes) e uma prevalência de 4,5% entre os homens (44 pacientes). 7 pacientes tinham níveis elevados de fator von Willebrand. Estes pacientes apresentavam câncer (3 pacientes), uremia (1 paciente) , 1 não se conseguiu encontrar a ficha e 2 crianças aparentemente normais.

Conclusões: O número aumentado  de mulheres com doença  de von Willebrand, relacionado aos homens se deve provavelmente ao fato das mulheres menstruarem e assim maior chance de demonstrar coagulopatias. O fator von Willebrand de cerca de uma década para cá tem se mostrado importante em  situações de tromboses microangiopáticas  e de ativação plaquetária  no processo de átero- trombose. Devido ao  fato de muitos planos de saúde não cobrirem a realização da dosagem do fator von Willebrand e os altos custos do mesmo nos  Laboratórios, torna-se difícil para os médicos hematologistas  fazerem  o diagnóstico da doença  e para  os oncologistas, nefrologistas, infectologistas, intensivistas e pediatras conhecerem os níveis do fator von Willebrand em casos de neoplasias metastáticas, uremia, HIV, uso de clopidogrel ou de ticlopidina e púrpura trombocitopênica trombótica Assim sendo  torna-se necessário conscientizar a medicina de grupo e os Laboratórios quanto à importância da realização do referido exame para diagnóstico e controle de várias doenças.

 

Palavras chave: doença de von Willebrand; fator von Willebrand; átero tromboses e microangiopatias trombóticas.

 

 

 

Introdução:

 

A Doença de von Willebrand (DvW) é a coagulopatia mais freqüentemente  encontrada na prática  médica. Sua prevalência varia de 0,1% a 1% da população geral( 19 ). Está correlacionada com uma alteração qualitativa ou quantitativa no Fator von Willebrand (FvW).

O FvW é importante por apresentar  dois papéis básicos na hemostasia: primeiro, como  uma ponte adesiva entre as plaquetas e a parede do vaso lesado e segundo, como um carreador e estabilizador do Fator VIII plasmático( 13 ). O pool plasmático do FvW é derivado 85% das células endoteliais, enquanto que o pool plaquetário é sintetizado dentro do megacariócitos( 12 ).

É caracterizada clinicamente por equimoses, hemartroses, sangramentos de pele e mucosas e história de outros casos semelhantes na família. O tempo de sangramento (Ivy) é alargado e o  tempo de tromboplastina parcial em alguns casos está alargado.. O tempo de protrombina é normal e há diminuição ou ausência de agregação plaquetária induzida pela ristocetina. Há diminuição dos níveis do fator von Willebrand .

Os níveis do FvW estão diminuídos na doença de von Willebrand hereditária, adquirida e estão aumentados em processos neoplásicos e inflamatórios (7,10).

O objetivo deste trabalho foi o de conhecer a casuística  da doença de von Willebrand entre os pacientes com  coagulopatias.

 

Pacientes e Métodos:

Foram analisadas 106 amostras de plasma de pacientes encaminhados ao Laboratório Lâmina  entre o período de março de 1999 e março de 2000, para fins de diagnóstico de coagulopatias.

Método de Dosagem do FvW:

O método empregado foi o  Liatest  vWF  da STAGO. A dosagem do fator em questão foi feita através a  medida da absorbância à luz produzida por uma suspensão de partículas de microlátex coberta por anticorpos específicos.

As limitações desta dosagem são devidas a amostras coaguladas e plasmas lipêmicos que podem levar a uma diminuição da leitura ótica.

 Os valores esperados do FvW  por este método na população adulta é de 50 a 160%(4).O FvW aumenta durante a gravidez, com o uso de anticonceptivos orais, exercícios físicos e  stress (2), mas sempre dentro da faixa da normalidade. As populações de grupo sangüíneo 0 tem níveis plasmáticos mais baixos (1,2), também dentro da faixa mínima da normalidade.

O estudo estatístico foi feito por estudos da média, percentil e análise da variância do software Excel.

Resultados:

A idade variou  de 4 meses a 92 anos.

Das 106 amostras estudadas, 62 foram de mulheres. A idade média das mulheres foi de 36 anos e de homens  34 anos.

Das 62 amostras de mulheres ,6  eram compatíveis com o diagnostico de DvW (9.6%)

Das 44 amostras de homens estudados, 2 eram compatíveis com o diagnóstico de DvW (4.5%)

Das  106 amostras sem separar os sexos , 7,5% eram compatíveis com o diagnóstico de DvW .

 

Discussão:

 A doença de von Willebrand é na verdade uma síndrome que quando grave é simples de se fazer o diagnóstico laboratorial: há  prolongamento do tempo de sangramento, tempo de tromboplastina parcial ativado (PTTA) alargado e níveis baixos de fator von Willebrand e às vezes  redução do fator VIII.

A incidência da doença de von Willebrand é desconhecida, porém ela pode ser tão alta como de 1 paciente  em 500  pessoas estudadas (1). O maior problema em se saber a incidência é que muitos portadores da doença são assintomáticos e sem alterações laboratoriais. Outros apresentam-se com hemorragia de maneira cíclica. (observações não publicadas)

Na nossa casuística  os níveis de FvW no sexo masculino não diferiu de maneira estatisticamente significativa do sexo feminino . Também a média de idade dos pacientes  segundo o sexo não variou.

Somente em um caso  houve também  diminuição do fator VIII . A doença  de von Willebrand deve ser diferenciada da hemofilia clássica e de alterações na função plaquetária. Na hemofilia A, o nível de FvW está normal ou elevado, embora alguns casos de doença de von Willebrand  possam ser acompanhadas de redução do FVIII. No passado usava-se a aspirina para se identificar o prolongamento do tempo de sangramento em pacientes com DvW, que seria muito mais acentuado. Atualmente este teste não é mais feito devido à freqüência de alterações plaquetárias hereditárias que também levam a um aumento do tempo de sangramento. A história de sangramento na DvW e nos defeitos plaquetários é muito semelhante. A função plaquetária  na DvW atualmente é  estudada pela curva de agregação  plaquetária que pode se mostrar  alterada somente com o agonista ristocetina.

A DvW é  classificada da seguinte forma: Defeitos Quantitativos:

·         deficiência parcial de FvW (tipo 1)

·         deficiência severa (tipo 3)..

Defeitos qualitativos :(tipo 2) :

·          tipo 2A :`variante com função plaquetária alterada associada à perda de múltimeros de FvW de alto peso moleculoar.

·          tipo  2B variante com aumento de afinidade plaquetária para a glicoproteína Ib.

·          tipo  2M variante com função plaquetária diminuída sem estar associada à perda de multímeros de alto peso molecular .

·          tipo 2 N variante com diminuição da afinidade ao FVIII.

Com a prática e experiência  dentro de um laboratório de coagulação, deixamos  registrado que o melhor método para se  detectar a DvW não é a curva de agregação plaquetária com a ristocetina, mas a dosagem  do cofator ristocetina. Se houver clínica importante de DvW e o teste estiver normal, este deve ser repetido algumas vezes ao ano pois a DvW pode  vir acompanhada de deficiências transitórias do cofator ristocetina. Com este estudo seriado poderemos fazer o diagnóstico  das diversas variantes de DvW

Na última década descobriu-se que alem de seu papel importante na hemostasia, o FvW  tem sido implicado na etiologia de microangiopatias trombóticas. O FvW, é  uma glicoproteína de grandes multímeros, que pode ser encontrada no plasma, plaquetas e nas células do endotélio vascular. É  medianeiro da adesividade plaquetária nas lesões endoteliais e, é carreadora do FVIII,  necessária para a sobrevida do mesmo na circulação.

Os multímeros  gigantes são mais ativos na interação, induzindo  diretamente  a agregação plaquetária. Estes multímeros gigantes anormais foram detectados na síndrome hemolítica urêmica (2) e atualmente é considerado um marcador  das microangiopatias trombóticas, pois  na fase aguda dessas patologias encontram-se ligados às plaquetas ativadas.

As proteases são enzimas que clivam o FvW fisiologicamente . Os níveis das proteases são inversamente proporcionais aos níveis do FvW.Os pacientes com Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), tem níveis baixos ou até mesmo ausência de proteases no plasma. Nos pacientes com Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU) elas estão em níveis normais.(4,14). Furlan et al (4) e  Tsai  e Lian,(14) descreveram que essas enzimas estão diminuídas também em  formas secundárias de PTT (devido a HIV, uso de ticlopidina e de clopidogrel). (2,9,16). Van der Plas et al (18) , ao contrário de Furlan (4) descreveu que as proteases não estariam diminuídas somente nas PTT, mas também na SHU principalmente naquelas secundárias à  sepse por E coli (17). Os níveis das proteases na PTT pós  transplante de medula óssea (TMO) estão normais. Oleksowicz et al,(11) encontrou níveis muito baixos de proteases em pacientes com neoplasias malignas metastáticas, na ausência de PTT. Outros autores  encontraram níveis normais ou levemente diminuídos da enzima.(3)

Até o momento não se sabe exatamente porque os níveis da enzima estão diminuídos em situações fisiológicas  e/ ou patológicas. Sabe-se que os íons metálicos são necessários para sua completa atividade (5,15),  sendo por isso chamadas de “metaloproteínas”.

No nosso grupo de pacientes encontramos dois do sexo masculino com níveis de FvW acima de 160% :  1  de 65 anos, em que não foi possível conhecer o histórico, com o nível de FvW de 375% e o outro paciente com 83 anos com diabetes e insuficiência renal. Encontramos no nosso estudo pacientes com neoplasia metastática com altos níveis  de FvW  porém sem ultrapassar 160% : 1) paciente com nível de FvW de 112%,do sexo masculino, com neoplasia metastática, 2) paciente com nível de FvW de 149%, do sexo feminino, com neoplasia metastática de ovário 3)paciente com nível de FvW de 112%,do sexo masculino, com carcinoma prostático disseminado. Encontramos também dois casos de aumento menor que 160%, em duas crianças normais (níveis de 139% e  de 112% de FvW).

Os pacientes com uremia apresentam níveis reduzidos de proteases  sem  relação com a creatinina sérica, tomada como índice de insuficiência renal. Os pacientes  submetidos a cirurgia abdominal tem seus níveis de protease diminuídos no pós operatório. A proteína parece sofrer influência de altos níveis de estrogênio, já que os níveis plasmáticos caem progressivamente no primeiro trimestre de gravidez . Os baixos níveis encontrados em recém natos a termo podem ser  explicados como uma outra expressão fenotípica de imaturidade do  fígado do recém nato, como indicado pela normalização dentro dos primeiros 6 meses de nascido.

O correlato mais importante dos níveis de protease é o nível plasmático do FvW .Sempre que  os níveis de protease caem os níveis de FvW se elevam. Esta correlação inversa entre a protease e seu substrato, o FvW, pode ser explicada pelo consumo da protease como conseqüência de um fenômeno compensatório levando à liberação de formas de FvW com maior adesividade e agregabilidade plaquetária .

Os níveis plasmáticos do FvW são indicadores de aumento de risco de trombose e aterosclerose

 

Das 106 amostras de pacientes estudadas, 2 apresentavam-se com o nível de FvW acima do valor mais alto de referência, ou seja: 160%

Os  níveis de FvW tendem a ficar mais elevados em situações trombogênicas. Em um trabalho publicado recentemente (16 ) foi demonstrado que as plaquetas são recrutadas para locais da árvore arterial  de maior stress em coelhos  hipercolesterolemicos, locais esses  ainda sem lesões ateroscleróticas Dessa forma foi concluído que as plaquetas ativadas pelo FvW  podem agravar ou perpetuar lesões endoteliais. As plaquetas quando se aderem ao endotélio nos locais de predileção para o desenvolvimento de placas ateroscleróticas  atraem os monócitos para o espaço subendotelial. Os fatores que acarretam maior interação entre as plaquetas e as células endoteliais são principalmente mediados pelo FvW, glicoproteína Ib e selectina P. Esses caminhos de adesividade podem, portanto, constituir alvos terapêuticos para se prevenir prematuramente  o desenvolvimento de aterosclerose.

Conclusão:

Do trabalho por nós realizados  e da revisão da Literatura Médica sobre o assunto, concluímos que:

1-      A prevalência de Doença de von Willebrand é elevada, pois esteve presente em 7,5% dos pacientes que foram  referendados ao Laboratório com coagulopatias a esclarecer.

2-      A prevalência de Doença de von Willebrand foi mais freqüente no grupo de mulheres (9,6%) em comparação com o de homens (4,5%) provavelmente porque as mulheres menstruam e sendo assim a natureza as dotou de maior oportunidade de mostrar  clínica de sangramento do que os homens.

3-      As neoplasias e a uremia  podem ser acompanhadas de aumento do FvW, observado em 5 casos deste estudo.

4-      A correlação de níveis elevados de FvW com maior trombogenicidade  é um fato incontestável, na literatura médica.

Devido ao  fato de muitos planos de saúde não cobrirem a realização da dosagem do fator von Willebrand e os altos custos do mesmo nos  Laboratórios, torna-se difícil para os médicos hematologistas  fazerem  o diagnóstico da doença  e para  os oncologistas, nefrologistas, infectologistas, intensivistas e pediatras conhecerem os níveis do fator von Willebrand em casos de neoplasias metastáticas, uremia, HIV, uso de clopidogrel ou de ticlopidina e púrpura trombocitopênica trombótica Assim sendo  torna-se necessário conscientizar a medicina de grupo e os Laboratórios quanto à importância da realização do referido exame para diagnóstico e controle de várias doenças.

 

Referências Bibliográficas:

 

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